Muitos são aqueles que se desligam do lado espiritual da
vida por receio do que possam encontrar pelo caminho. Nem todos conseguem
dissociar esse lado do espiritismo ou afins. E por não quererem encontrar algo
desagradável, acabam por se fechar à evolução.
Claro que outros há a quem importa apenas o lado material. Não
por medo nem ignorância. É uma escolha. Escolha aliás, que ninguém deve
criticar. Assim como eu sou livre de acreditar no que acredito, também estes são
livres de não acreditar.
O medo do que se possa encontrar limita muito o ser humano.
Mas porque este assim o permite. Existem caminhos que passam ao lado das experiências
potencialmente perigosas. Basta escolher um desses; não é necessário deixar
tudo de lado.
De qualquer das formas, muitas vezes são exactamente estes
que acabam por passar por essas tais experiências. Não sei se as atraem ou o
que se passa. Só sei que vejo cada vez mais isso a acontecer. Parece que quanto
mais se querem afastar dessas coisas mais lhes acontece terem que passar por
elas.
O medo do desconhecido é natural. Qualquer pessoa que diga não
ter medo de nada só tem é falta de passar por certas experiências, julgo eu. O
que não é normal é deixarmo-nos consumir pelo medo.
Sei que falar é mais fácil. Mas há uma coisa em que acredito
do fundo do meu ser. Nada nos é dado a experimentar além daquilo com que
conseguimos lidar. E por mais que aceite que pessoas há mais frágeis que
outras, não acredito que as haja de todo fracas. Acredito, sim, que algumas
fiquem à espera que sejam os outros a resolver os seus problemas. Mas isso não é
fraqueza, é preguiça!
Quando o medo acaba por falar mais alto, não raro é que a
pessoa dê consigo doente. Para uns uma mera depressão, para outros algo mais
grave. Nada que não tenha cura, apesar de tudo. E da maneira como eu o vejo,
deve o receio de ficar assim ser maior do que o de lidar com qualquer que seja
a situação que se nos apresente.
Muitas das vezes também o problema não passa tanto por
aquilo que nos afecta sendo exterior a nós, mas antes se revela no medo do ser
humano se conhecer a si mesmo. Nem sempre gostamos do que descobrimos, só que
se não o virmos não teremos qualquer hipótese de o mudar.
Assim pergunto – o que é preferível? Ter a coragem de
enfrentar o desconhecido e mudar para melhor, ou deixar que o medo nos deite
abaixo?
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