Mariana Caplan, psicoterapeuta doutorada, é autora de uma
série de livros e artigos nas áreas da psicologia e da espiritualidade. Na sua
obra Eyes Wide Open, explica
existirem
10 categorias de espiritualidade que se podem identificar
como “doenças espirituais”.
Vou aqui falar somente das que julgo mais comuns:
1. Espiritualidade
Fast-Food: Fantasia de que o alívio do nosso sofrimento pode ser rápido e
fácil. Sabemos, no entanto, que a evolução espiritual é morosa.
2. Falsa
Espiritualidade: Imita-se a espiritualidade na sua forma visível – maneira
de falar, de agir, até vestir – mas fica em falta o conteúdo. Como em tudo na
vida, de que serve falar sem agir?
3. Motivações
Confusas: Quando o desejo de evoluir se confunde com uma necessidade de
preencher um vazio e um desejo de se sentir especial. Por íntimo que seja o
crescimento espiritual, está interligado com todo o Universo, não se
concretizando na solidão. E a motivação de se querer superior é contrária à
evolução em si.
7. Orgulho Espiritual:
Ao fim de anos de trabalho a pessoa realmente conseguiu alcançar essa evolução,
até que se começa a julgar superior aos outros. Neste caso não por ter tido o
orgulho como motivação, mas um desvio a dada altura do caminho.
10. “Eu Cheguei” (o
vírus mortal): quando alguém acredita finalmente ter alcançado a meta da
evolução no fundo mais não faz que acabar com o seu progresso. A evolução não
cessa (não nesta vida) e acreditarmos que mais não precisamos de progredir tem
como consequência não mais conseguirmos progredir. Estagnamos e acaba-se nesse
momento a nossa possibilidade de melhorar.
Certamente qualquer um de nós conhece ou já conheceu uma ou
mais pessoas com estes “sintomas”. São deveras frequentes, de facto.
Devemos, creio, estar atentos a nós mesmos de forma a nos
prevenirmos de entrar por algum destes caminhos. Todo o trabalho que possamos
desenvolver pode ficar comprometido por qualquer destas situações e, em última
instância, vemo-nos de regresso à estaca zero.
Afinal, queremos ou não progredir?
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