Hoje em dia fala-se muito da representação de papéis
enquanto parte natural da nossa vida. Porque em casa fazemos o papel de pai ou
mãe, no escritório o papel de empregado ou patrão, na rua o papel disto ou
daquilo conforme as pessoas com que lidamos. Para os que assim falam parece não
haver tempo para serem elas mesmas. E só o fazem quando estão sozinhas.
A mim faz-me confusão. Eu cá continuo a ser eu mesma esteja
com o meu filho, o meu pai, o meu patrão ou a minha empregada. Não faço o papel
de mãe quando estou com o meu filho. Eu SOU mãe mesmo quando estou no trabalho
e ele na escola.
A meu ver não há nada de benéfico em encarar a vida dessa
forma ausente em que o tempo passado no escritório é uma representação da vida.
Porque a verdade é que não o é. Antes é uma parte natural dela e deve ser
encarada com essa mesma naturalidade. E se por algum motivo pensamos que alguma
parte de nós não se enquadra nessa vida, Antão também não é pela representação
de papéis que vamos lá.
Havendo alguma situação, seja no emprego ou qualquer outra,
em que não se está a conseguir adaptar ou sair bem devido à sua forma de ser,
então talvez o melhor seja parar para pensar. Ou bem que o problema está nesse
emprego ou bem que está em si. E
se o problema estiver em si ou na sua maneira de ser, considere mudar, pois poderá
ser benéfico em todos os outros aspectos da vida. Agora se o problema está
mesmo no emprego, experimente começar a pensar arranjar outro.
Não julgo correcto deixar de ser quem somos por causa dos
outros. E quando falo em mudar-se a si mesmo por uma situação que corre menos
bem, não é por esse lado que o afirmo, e antes pelo lado de ser o melhor para
si. Mas isso só você pode saber. Não permita é que sejam os outros a escolher o
melhor papel para você representar. A vida é sua e a personalidade também. Viva
como entende e, sobretudo, como melhor se sentir consigo mesmo – SEMPRE!
Apetece-lhe andar no meio da rua aos saltinhos? Então ande!
Está no metro em hora de ponta e apetece-lhe chorar? Então chore! Está no café à
espera da sua vez e apetece-lhe dançar? Então dance! Maioria das pessoas vai
ficar a olhar para si e pensar que é louco, já sabemos. E que importa isso? O que
é que no seu mundo vai ficar melhor ou pior devido aos que elas pensam? Exactamente
– nada!
E acredite que no meio de tantas vai haver uma minoria a
pensar “Que pessoa corajosa e de bem com a vida!”.
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