Apercebi-me há uns dias de que não conseguia definir o que é uma Bruxa. Porque para mim nada tem que ver com o estereótipo dos tempos de criança, das noites de Halloween ou dos filmes da Disney. Então fui à procura.
Na internet encontrei uma série de registos, muitos copiados directamente uns dos outros, sem saber ao certo qual a origem. Com algumas verdades, sim, mas pareceram-me forçados.
Depois encontrei um (parece-me original, ou pelo menos não encontrei outra cópia), que a meu ver é o que melhor transmite aquilo que também eu acredito seja ser uma Bruxa!
Encontrei-o neste blog e passo a transcrever:
O que é ser bruxa
Somos indivíduos que trabalham com bruxaria, por possuirmos
um dom que nos colocou a adquirir habilidades para fazê-lo e assim dar
explicações e funções satisfatórias às nossas indagações cotidianas. A bruxaria
é intrínseca à humanidade e aqueles que são bruxos reconhecem a si e aos demais
sem que seja preciso uma única palavra. Muitos desejam pertencer à bruxaria
pela ideia ilusória de poder e diferenciação social que ela carrega, muitos
acreditam sinceramente pertencer, mas se enganam.
Interagimos com forças ocultas (da natureza, do cosmos e de
tudo que existe) e as representamos e reconhecemos por diferentes formas,
símbolos e nomes - de acordo com o entendimento e vivências tidas com elas.
Bruxas recebem faculdades dessas forças, compreendem seu valor e as preservam,
transmitindo-as somente àqueles que demonstram merecê-las.
Vivemos à margem de tudo, não pela exclusão, mas pela
possibilidade de observar dentro e fora da bolha. Agimos conforme nossas
necessidades e objetivos assumindo a responsabilidade pelas mudanças causadas.
Evitamos danificar os ciclos para não prejudicarmos nosso equilíbrio e bem
estar, mas não somos bons nem maus, caridosos nem egoístas, agimos conforme o
peso que podemos suportar por aquilo que desejamos fazer e por aquilo que devemos
fazer.
Aqueles que se negam a agir (praticar magia) pela
incapacidade de lidar com consequências, são fracos demais para lidar com as
responsabilidades que nos são atribuídas e aqueles que agem sem controle tendem
a se auto-sabotar de tal forma que um dia nada mais terão que suas pilhagens
financeiras e emocionais sem nenhum valor.
Um antigo ditado diz que: “uma bruxa reconhece um homem
aleijado deitado e um cego dormindo”, não porque ela possui superpoderes ou
porque tenha algo que a coloque de fora daquele ambiente, pelo contrário, sua
marca está na unidade, não na diferença. Ela pertence àquele lugar, ele e tudo
que nele se encontra fazem parte dela, são ela. Este é o dom que lhe permite
ver, ouvir e saber de tudo antes mesmo que algo aconteça. É sendo parte do
objeto, dividindo com ele a mesma alma, que ela se torna capaz de mudá-lo e
direcioná-lo para onde quiser.
Nem todos têm ou terão esse dom manifesto ao longo de suas
vidas (mesmo que o busquem), mas quando ele se manifesta não importa seu
gênero, sua idade, classe social ou origem. Não funciona como um interruptor
que se possa ligar ou desligar, uma vez ligado nem mesmo a morte destruirá
isso. Ter o dom para bruxaria não lhe torna capaz de exercê-la, é preciso
primeiro adquirir conhecimento e poder; o conhecimento se encontra na natureza,
nos livros, nos demais irmãos de arte e em si mesmo; já o poder só poder ser
adquirido através daquele que o possua, pois sua preservação dentro e apenas
dentro de outro é o que lhe concede forma possível para ser transmitido.
Não podemos suportar um raio divino em nossas cabeças, mas
podemos suportar um elo formado com nossos irmãos de caminhada. E assim, quando
nosso dom permite o recebimento do poder, nos iluminamos de tal forma que
passamos a ser Um com o Todo, despertamos para novas percepções e
possibilidades na vida, somos capazes de moldá-la a nossa vontade, nos
tornarmos verdadeiramente bruxos.
(...)
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