A curiosidade humana sobre o íntimo de outrem é natural. No fundo todos nós gostamos de saber um pouco do que se passa na vida dos outros. Por vezes para nos sentirmos melhores com nós mesmos; por vezes para confirmarmos que esta ou aquela figura (nomeadamente os nossos ídolos) são realmente pessoas "normais" como quaisquer outras; por vezes por mera curiosidade mesmo.
Seja qual for o motivo, porém, parece que boa parte de nós passa uma vida sem conhecer os seus próprios segredos. E talvez fosse mais interessante virar-nos para nós mesmos do que passar horas colado à televisão ou a ler revistas de coscuvilhice.
Nada contra, atenção! Também passo os olhos por tais páginas e também já perdi algum tempo (não tanto assim, mas o suficiente) a ver outros tomar banho e dizer asneirada. Mas quem sabe por isso mesmo percebi como é bem mais útil debruçar-me sobre os meus próprios segredos.
E como é que é possível andarmos por aí sem saber de nós mesmos?
Bem mais do que imaginamos!
Não me refiro aqui a segredos como o meu pânico de não ter o que calçar ou de um dia na adolescência ter roubado uma pequena peça numa loja só para saber qual era a sensação de o fazer.
Refiro-me, sim, aos segredos do foro mais íntimo. Aqueles que muitas vezes nos passam despercebidos mas que são fundamentais para permitir que continuemos a evoluir (ou que nos bloqueiam).
Recolhermo-nos na nossa intimidade pode induzir a um considerável avanço na nossa evolução. Tomarmos consciência desses segredos, aceitá-los e trabalhar com eles.
Há segredos que podem ser bons, logo serão algo a desenvolver. Pode haver outros que nem por isso e portanto o melhor será descartá-los. O primeiro passo será mesmo encontrá-los.
Para isso podemos aproveitar aquilo que a televisão nos dá.
Imaginar que estamos nós mesmos fechados numa casa cheia de câmaras. E ao mesmo tempo somos protagonista e espectador. E nessa casa vão surgindo outras pessoas que serão nada mais que - nós, na mesma! Ou as nossas diferentes facetas; cada qual com seu segredo.
Consegue? Que tal experimentar?
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