Ganesh

ganesa

Muito adorado e venerado, Ganesh ou Ganesha é um dos mais conhecidos deuses do Hinduísmo

Primogénito de Shiva e Parvati, Ganesh é o mestre do intelecto (Ga) e da sabedoria (Na). 
O seu aniversário é celebrado a 11 de Setembro.


Existem inúmeras lendas e mesmo distintas versões sobre o seu nascimento. E existem também muitos nomes com os quais Ganesh é identificado, tal a abrangência do seu simbolismo.

Com quatro braços e cabeça de elefante com uma única presa, as suas cores são o amarelo e/ou  o vermelho e podemos encontrá-lo sentado ou montado num rato, representação esta que o mostra como o “destruidor de obstáculos”, senhor das soluções lógicas. 

Sendo o destruidor de obstáculos, é conhecido como o deus da sorte, da fortuna, proporcionado de prosperidade material e espiritual. As suas consortes são Siddhi (sucesso) e Riddhi (prosperidade), razão por que se diz que onde está Ganesh há sucesso e prosperidade. 

Ganesh simboliza igualmente a habilidade de discernimento que permite distinguir verdade e ilusão, bem como o equilíbrio entre força, bondade, poder e beleza.



Ganesh tem também grande importância no Yoga, do qual é não somente criador, mas também símbolo poderoso que lembra como administrar as nossas vidas com o objectivo de viver de forma mais harmoniosa e consciente. 

A paixão de Ganesh é a meditação e o Yoga. Quando pratica nada o perturba.
Adorá-lo é provocar a transformação interna, o que é conseguido como resultado de práticas de Yoga. 
Ele é o deus da renovação, que destrói para transformar em algo novo. É senhor da harmonia e paz.


O som primordial Om será Ganesh ele próprio. A forma do seu corpo é uma alusão ao traçado  da letra e por esse motivo ele é encarado como a encarnação do Cosmos.
Ganesh reside no primeiro Chakra, a principal origem da energia de Shatki que reside em cada um de nós.


Praticando Yoga e venerando Ganesh poderemos, portanto, alcançar o nosso propósito espiritual sem descurar o material. Quer tentar? Deixo então o mantra deste deus, o mantra da energia da transformação que lhe permitirá remover os obstáculos da sua vida:

Om Gam Ganapataye Namaha



Raja Yoga


Há uns tempos atrás escrevi sobre os 6 ramos do Yoga onde abordei o Raja Yoga com a seguinte descrição:

"Abordagem que tem como foco a meditação e a contemplação, o Raja Yoga pretende desenvolver a mente através de 8 etapas (falarei delas num próximo post) e tem como fim último a iluminação.
A meditação é tanto externa, como interna e também transcendental e proporciona ao seu praticante bem estar físico e mental, força de carácter e, em último caso, permite ainda o despertar dos poderes divinos do ser e a sua aproximação aos seres de luz (sim, torna mais fácil a comunicação com o guia espiritual)."

pantajali
Mas, de forma ainda mais abrangente, acrescento que o Raja Yoga é um poderoso instrumento de evolução espiritual na medida em que nos ensina a alcançar a nossa verdade interior, libertando-nos ainda dos transtornos da vida moderna e materialista, de stress, depressão e frustração.

Raja significa real. Assim, o Raja Yoga é o Yoga que nos permite ser reis ou mestres de nós mesmos, da nossa mente. É associado normalmente a Patanjali, um yogi que viveu provavelmente pelos séc II ou III a.C., que terá desenvolvido o Raja Yoga como forma de se libertar a ele mesmo do apego ao mundo material, que julgava estar a impedi-lo de alcançar a verdadeira transcendência e pureza da mente.







Hoje então estou aqui para falar sobre essas 8 etapas de desenvolvimento.
São elas:

1 - Yama, ou o ato-controle por meio da conduta moral.

2 - Niyama, ou mudança de hábitos e comportamentos.

Estas duas primeiras etapas podem definir-se como a ética do Yoga.

3 - Asana, ou postura.

4 - Pranayama, ou respiração.

Estas duas etapas são comuns a qualquer dos ramos do Yoga, ainda que com abordagens distintas. Consistem na preparação física para a meditação.

5 - Pratyahara, ou a abstracção dos sentidos.

6 - Dharana, ou a concentração da mente no objecto de meditação.

Estas são as etapas da preparação da mente.

7 - Dhyana, ou meditação.

8 - Samadhi, ou o estado de consciência tranquila.


om yoga


Mas em que consiste ao certo cada uma destas etapas? Vejamos:

- Yama

Existem dez yamas codificados no yoga tradicional, mas que se podem resumir em não agredir ou enganar os outros de forma alguma, ser comedido nas suas acções e agir cm rectidão. O Yama trata, portanto, da nossa relação com o mundo exterior.


- Niyama

São os comportamento a colocar em prática na observâncias das regras Yama mas viradas para o nosso interior. Trata-se, então, do auto-conhecimento, que poderá levar ao auto-aperfeiçoamento.

Com estas duas etapas o ser desenvolve harmonia consigo e com os outros, desenvolve virtudes e aprende a colocar-se da melhor forma no mundo.

- Asana

No contexto da Raja Yoga não se pretende o exercício de diversas asanas, mas apenas o adoptar de uma postura estável e erecta que permita o trabalho da meditação.

- Pranayama

Consiste em técnicas de controle da respiração de forme a torná-la uniforme e permitir que a mente entre num estado sereno, que permita depois a contemplação.

- Pratyahara

Também conhecido como Ashtanga Yoga, podemos dizer que se trata do Yoga da consciência. Ao prepara-se com os quatro passos anteriores, mas sobretudo com a postura e a respiração, o yogi ganha controle sobre a sua energia vital. Controlando primeiramente a sua acção acaba por conseguir controlar a percepção sensorial, da qual se abstém, logo deixa de estar sujeita a influências externas.

- Dharana

samadhi
Esta prática é normalmente direccionada para um único ponto específico. Essa concentração é essencial para conseguir o objectivo do Pratyahara, na medida em que ajuda a mente a abstrair-se de tudo o mais.

Estas quatro etapas definem a forma de prepara todo o nosso ser para o estado meditativo propriamente dito.

- Dhyana

É a meditação em si mesma. É uma meditação consciente, mas onde se pretende abandonar a concentração no tal objecto de meditação. Ou seja, a capacidade de se abstrair mesmo de tudo, sem qualquer apoio de forma a finalmente atingir o

- Samadhi

Este ponto ser descrito como o estado de comunhão com o Universo ou o todo. Quando deixa de haver eu cá dentro e o mundo lá fora, quando passamos a estar em perfeita sintonia com tudo o que existe. É um dos estágios da iluminação.

Com estas duas etapas visamos estar mais próximos da verdadeira espiritualidade. Prontos para tentar?




Hinduismo


hindusDe origem indiana, o Hinduísmo é uma tradição religiosa abrangente, na medida em que o seu sistema de crenças não é unificado. 
O Hinduísmo engloba grande diversidade de crenças de origem indiana, uma pluralidade de fenómenos nativos que não estão codificados em qualquer escrito único, mas num vasto corpo de escrituras que dão informação diversa sobre a prática do dharma.

Politeísta, é dito como a mais antiga religião do mundo, já que as suas origens remontam tão longe quanto a Idade do Ferro. Mas será correcto dizer que é uma religião?


O Hinduísmo não tem um fundador nem um sistema único de salvação do ser humano, como estamos acostumados nas outras religiões. Além do mais, o Hinduísmo engloba em si outras religiões, como o Bramanismo ou o Vedismo.
Assim, talvez fosse mais correcto falar numa corrente religiosa.

De qualquer forma, e diferentemente do que acontece com o Budismo, no Hinduísmo podemos, sim, falar em termos de religião, pois as suas crenças base incluem o que naquele falta - a divindade.


De grande complexidade, o Hinduísmo é, como já disse, politeísta. Existe a crença num espírito supremo, mas este é adorado sob muitas formas e, consequentemente, inúmeras práticas e rituais. 
Mas o conceito de Deus liga-se à tradição em que se insere e, portanto, pode até ser monoteísta  (não deixando, contudo, de ser tolerante para com as outras tradições).
Deus é muitas vezes visto como um ser supremo individual, ao invés de um ser infinito, e além dele existem entidades celestiais, que podem também ser entidades divinas mas inferiores ao Deus supremo.

brama
A entidade suprema do Hinduismo é Brahma, que pode, contudo, existir em três formas distintas - Brahma, Vishnu e Shiva (ou criador, preservador e destruidor).
Brahma é tudo o que existe, e por esse motivo no Hinduísmo todos são divinos, já que fazem parte desse tudo. Qualquer realidade que exista fora de Brahma é mera ilusão.

Da tradição hindu fazem parte os já aqui abordados temas Karma e Yoga, a crença na Reencarnação, a utilização de Mudras, Meditações e Mandalas
As suas práticas têm como objectivo levar o ser humano à união com Brahma, altura em que poderá cessar as sucessivas reencarnações. E para o ajudar nas práticas o hindu tem como “guia” os Upanishads, dos mais antigos e conhecidos textos sagrados do Hinduísmo juntamente com os Vedas. Estes tratam a teologia ou filosofia hindu.


Muito ainda se pode dizer sobre o Hinduísmo, o que ficará para próximos posts.



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Energia & Vibração Positiva adicionou uma foto nova.
18 h · 

Orixás

A discussão sobre os Orixás é grande e dificilmente podemos concluir se falamos de deuses ou não. Diferentes teorias dividem os historiadores e qualquer delas é válida, pelo que a forma como os podemos considerar varia apenas em função das nossas próprias crenças.

Oxum
Vistos como divindades geradas pelo mesmo Deus (sendo que este varia conforme a tradição), é-nos dito que os Orixás serão ancestrais africanos divinizados. Ou seja, ancestrais que durante a sua vida estabeleceram determinados vínculos que lhes permitiram ganhar controlo sobre determinadas forças naturais, como seja o vento ou a água.
Posteriormente à sua morte, o Axé (a sua energia) conseguiria encarnar num dos seus descendentes (Eleguns) em momentos de possessão. Devido a esta faculdade o Orixá é considerado, em África, um bem de família transmitido pelos chefes das mesmas (os Balés), que delegam a responsabilidade do culto a um guardião (Alaaxé).
É por meio de lendas que se transmite como tais pessoas de excepcional energia se tornaram Orixás.

Taoismo


Tradição chinesa de harmonia da vida com o Tao, o Taoismo pode ser visto como uma religião ou uma filosofia, conforme as diferentes escolas e movimentos. É uma forma de vida que não se enquadra bem nos parâmetros Ocidentais de religião, mas reconhecida como tal pela República Popular da China.
Não querendo aprofundar a sua história menciono apenas que é uma tradição com milhares de anos que defende na sua essência o facto de, enquanto seres naturais, não necessitarmos de qualquer orientação centralizada, regulamentada. Embora partilhe com este alguns valores, é contrário ao Confucionismo, que indica que devemos todos seguir as mesmas regras, a mesma moral.
Dos seus fundadores destaca-se Lao Zi, que terá sido um personagem “revoltado” com o governo, para o qual trabalhava, e que considerava tirano. Acabou por se demitir e passou a transmitir aos demais a ideia de viver uma vida simples.

atoIdeais
O Taoismo fundamenta-se num sistema politeísta de antigas crenças místicas aplicado a essa vida simples que nos ensina a agir de acordo com a nossa natureza e abandonar a ideia de viver pela força. A actividade principal do taoista está na mente, pela qual deve aprimorar a sua relação com o Universo. E, tal como no Budismo, o desapego, ou o abandono do desejo, é condição para a felicidade.
O Taoismo vê todas as coisas como interdependentes e constantemente mutáveis, pelo que a compreensão de uma coisa é a compreensão dela no momento presente. Tem na base também o dualismo, normalmente conhecido pelo seu símbolo do Yin-Yang. Ambos são parte do todo, portanto inseparáveis, ainda que contrários.
Parte do Tao assenta no Wu Wei, ou “agir pelo não agir”, a prática de realização pela acção mínima. Basicamente consiste em aceitar a nossa natureza em vez de lutar contra ela, pois a nossa condição enquanto ser humano é perfeitamente adaptada à nossa vivência. Isto não é o mesmo que ficar à espera que as coisas aconteçam do nada, mas o influenciar com maior facilidade o mundo à nossa volta pela compreensão e aceitação do mesmo como ele é.
O Taoismo não pretende descobrir as causas das coisas, mas aceitá-las como são. É anti-intelectual na medida em que não racionaliza a vida, mas apenas a contempla, pois se é permitido que algo exista em harmonia com o Universo, então existe paz. Isto porque tudo o que existe provém de uma única fonte universal, o Tao, ou caminho, o princípio supremo gerador de todas as coisas.

O Tao e o Tao Te Ching
Antes de tudo havia o Tao, que deu origem a Yin e a Yang. A partir daí tudo o que teve origem passou a comportar estes dois princípios, que em si mesmos contêm a semente um do outro, já que indissociáveis.
O Tao é ao mesmo tempo a essência de tudo e o caminho para essa essência. Liga-se ao Te, o seu próprio poder de realização de todas as coisas, ou a vida, daí a sua principal escritura se intitular Tao Te Ching, o Livro do Caminho da Vida.

Composto por mais de cinco mil símbolos o Tao Te Ching preocupa-se com a vida na sua vertente prática, embora também comporte algumas orientações sociais. O seu tema principal é o Tao e como alcançá-lo. 

REGISTROS AKÁSHICOS


O que são?
Segundo o hinduísmo, de onde provém a sua origem (do sânscrito Akasha é o éter ou céu), bem como de diversas outras correntes, os Registros Akáshicos são uma espécie de biblioteca mística onde está guardado todo o conhecimento presente, passado e futuro de todo o Universo.
Aí podemos encontrar literalmente tudo, desde ações a pensamentos e emoções, sejam de grande ou pequena dimensão, não somente de cada alma do planeta Terra mas também de outros sistemas planetários. Tudo o que acontece, ainda que no planosubtil, é guardado na corrente energética do cosmos, pois tudo é energia. Akasha é a substância primária a partir da qual todas as coisas são formadas.
Qualquer pessoa se pode ligar a essa fonte de conhecimento e tal ligação pode permitir compreender situações presentes, responder a dúvidas sobre a sua existência, ou outras questões necessárias para a sua evolução enquanto ser humano. No entanto certos conhecimentos só serão revelados no momento em que a pessoa estiver preparada para os receber. Até porque muitas vezes acontecerá que as respostas obtidas serão contrárias às esperadas pelo indivíduo.

Registros Akáshicos pessoais
Ao deixar o seu ponto de origem (nomeadamente pela encarnação) e até ao momento de retorno ao mesmo, a alma grava toda a forma energética gerada por cada experiência vivida nos seus Registros Akáshicos. Estes são uma das ferramentas mais poderosas disponíveis para nos ajudar a recordar a nossa condição de unidade com o divino.
Quando ascendemos ao conhecimento dos Registros Akáshicos abrimos um canal de comunicação direta com os nossos Mestres. Tais registros permitem-nos perceber as nossas limitações, reconhecimento esse que nos ajuda a expandir a nossa consciência e relembrar quem somos na nossa verdadeira essência

akashaComo aceder aos Registros Akáshicos?
Para ter acesso à informação contida nos Registros Akáshicos o indivíduo deve estar preparado, portanto, equilibrado o suficiente para se manter em determinado estado vibracional e compreender a informação transmitida.
Não se tem acesso aos Registros Akáshicos por mera curiosidade ou divertimento. A informação neles guardada é permitida apenas para a cura, seja ela individual ou global. Estes registros são sagrados e são protegidos por seres superiores que poderão ou não permitir esse acesso. A informação a receber é condicionada com uma espécie de seleção prévia e apresentada por uma conexão telepática com o guardião da “biblioteca”.
Para podermos atingir esse conhecimento necessitamos de praticar um recolhimento diário. No entanto o acesso acontece por norma em pleno estado de consciência e não em estado de transe, como muitos supõem.

Como é recebida a informação?
A informação é dada ao indivíduo da mesma forma que numa meditação ou canalização. Pode conter imagens, sejam elas diretas ou simbólicas, sons ou a mera impressão de “saber”.
Quando a sintonia ocorre podemos observar a carga energética que circunda os acontecimentos, o que os torna mais fáceis de identificar. Isso acontece particularmente com eventos marcantes no Universo ou no planeta, como uma guerra ou uma destruição maciça causada por um desastre natural.
Muitas pessoas já tiveram acesso aos seus Registros Akáshicos sem se aperceberem. Isso pode acontecer por intuição, pelo que para muitos é difícil de associar pequenos vislumbres intuitivos a um acesso a algo tão importante. Mas a verdade é que quando a informação nos é necessária em determinada etapa da evolução espiritual, guias e mestres fazem com que a mesma nos chegue.

Registros Akáshicos do futuro e o livre arbítrio
registos akashicosParece uma contradição dizer que possam coexistir acontecimentos já marcados na linha temporal futura e o livre arbítrio. Mas na verdade é algo bem simples.
O tempo como nós o experienciamos enquanto no corpo físico é mera ilusão. Ele não passa de um tipo de perceção da realidade em que existimos. E como sabemos, muitas das nossas perceções podem ser erróneas. Tal como a ilusão de ótica, outras existem, sendo esse o caso da nossa noção de tempo.
Por outro lado os Registros Akáshicos não são imutáveis. Eles mudam, evoluem. Tal como nós próprios mudamos e evoluímos, os nossos registros vão alterando com as nossas escolhas e atitudes. Este é um dos motivos pelo que os Registros Akáshicos não servem para adivinhar o futuro. Mas se ao aceder a eles se deparar com uma realidade futura que julgue deva ser alterada para o seu bem ou para o bem geral, o seu livre arbítrio vai permitir-lhe “mudar a história”.


Curioso para aceder os seus Registros Akáshicos?


Somos o que pensamos


Insisto muito nesta ideia por ser algo em que realmente acredito.

Hoje trago um excerto do livro "Os Ensinamento de Buda" da edit. Presença, referente ao Dhammapada (escrito sobre o caminho do Dharma):

darma
"
Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos emerge com os nossos pensamentos.
Com os pensamentos fazemos o mundo.
Se falares ou agires com um espírito impuro
Os problemas seguir-te-ão
Como a roda segue o boi que puxa a carroça.

Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos emerge com os nossos pensamentos.
Com os nossos pensamentos fazemos o mundo. 
Se falares ou agires com um espírito puro, a felicidade seguir-te-á
Como a tua sombra, constantemente.
Como pode um espírito perturbado
Compreender o caminho?

O vosso pior inimigo não vos pode magoar
Tanto quanto os vossos pensamentos descontrolados.

Mas uma vez dominados,
Ninguém vos ajudará tanto como eles,
Nem mesmo o vosso pai ou a vossa mãe. "


Prece budista para despertar pela manhã


Ó grande e compassivo Buda!
Hoje é o começo de um novo dia!
Diz-se que “o amanhecer é a melhor hora do dia”.

Em uma manhã tão auspiciosa,
Reflito sobre o que passou:
Eu cometi erros, mas nunca perdi as esperanças;
Eu fiquei triste, mas pude descansar minha mente com serenidade;
Eu fui caluniado, mas compreendi que tudo na vida surge e desaparece de acordo com causas e condições;
Eu derramei lágrimas, mas acreditei que amanhã será um dia melhor.

Hoje, sob as bênçãos e proteção de tua luz de compaixão, ó Buda,
Rezo a ti para que me dês coragem para encarar todos os desafios de hoje;
Rezo a ti para que me dês paciência para aceitar todas as derrotas de hoje;
Rezo a ti para que me dês força para suportar todo o trabalho de hoje;
Rezo a ti para que me concedas sabedoria para que possa ser grato a todas as causas e condições de hoje.

Ó grande e compassivo Buda, por favor, ajuda-me a revelar minha sabedoria;
Por favor, ajuda-me a abrir minha mente!
Que eu esteja apto a apreciar as maravilhas do céu e da terra;
Que eu esteja apto a agradecer ao calor da humanidade;
Que eu esteja apto a obter a ajuda dos amigos;
Que eu esteja apto a compreender o refinado tesouro do Darma.

Ó grande e compassivo Buda, ajuda-me a ter um coração grandioso!
Que todo dia eu possa doar, com alegria;
Que todo dia eu possa, com boa vontade, criar vínculos com os outros;
Que todo dia eu possa praticar o amor, a compaixão, o regozijo e a equanimidade;
Que todo dia eu possa tratar as pessoas com tolerância e generosidade.

Ó grande e compassivo Buda, ajuda-me a ser um guerreiro!
Que eu possa purificar meus pensamentos;
Que eu possa contribuir com os demais, freqüentemente;
Que eu possa me abster do mal;
Que eu possa apenas fazer o bem.

Ó grande e compassivo Buda, por favor, abençoa-me!
Que eu possa ter sabedoria espiritual e a mente de Buda;
Que eu possa ter sabedoria prajna e compaixão e liberar os seres do sofrimento.

Ó grande e compassivo Buda, reconheço tua presença em minha mente.
Compreendo que vim ao mundo dos humanos para ser feliz;
Entendo que faço parte da sociedade para contribuir;
Sei que estou cultivando o caminho da iluminação para ajudar os demais.
Faço votos, a partir deste momento, de beneficiar todos os seres sencientes
E despertar a mim e aos outros todos os dias;
Faço votos, a partir de hoje, de trazer benefícios e felicidade para a nação e para as pessoas,
E trazer libertação a mim e aos outros, em todos os momentos.

Ó grande e compassivo Buda, por favor, aceita minha prece sincera da manhã!
Ó grande e compassivo Buda, por favor, aceita minha prece sincera da manhã!

budismo manha

6 ramos do Yoga

yoga
Na sequência do post sobre yoga e seus benefícios hoje proponho-me aprofundar um pouco o tema dando a conhecer os seus principais ramos. Porque o yoga pode ser praticado de várias formas, e se alguns optam por integralmente adaptar-se a uma vida de yogi, outros praticam apenas um ou dois desses ramos.
Alguma pessoas poderão preferir um dos ramos, mas na verdade há sempre pontos em que se encontram uns com os outros, acabando a pessoa por se envolver naturalmente um pouco em cada um deles.


Existem, portanto, vários ramos de yoga, de ente os quais destaco os principais, ou clássicos, que são (não necessariamente por esta ordem):

Raja Yoga, ou o yoga da meditação

Karma Yoga, ou o yoga da acção

Jnana Yoga, ou o yoga da sabedoria

Bhakti Yoga, ou o yoga da devoção

Hatha Yoga, ou o yoga do domínio físico

 . Tantra Yoga, ou o yoga da energia


Exploremos então um pouco mais sobre cada um deles:

- Raja Yoga

Abordagem que tem como foco a meditação e a contemplação, o Raja Yoga pretende desenvolver a mente através de 8 etapas (falarei delas num próximo post) e tem como fim último a iluminação.
A meditação é tanto externa, como interna e também transcendental e proporciona ao seu praticante bem estar físico e mental, força de carácter e, em último caso, permite ainda o despertar dos poderes divinos do ser e a sua aproximação aos seres de luz (sim, torna mais fácil a comunicação com o guia espiritual).

- Karma Yoga

Fiz já uma breve mensagem sobre karma, pelo que não me alargarei muito. O karma yoga consiste exactamente em tornar a sua acção em boa acção (para si e para o mundo)  libertando-se de toda a negatividade e egoísmo. A acção recta gera bom karma, pelo que o objectivo é agir sempre correcta e desinteressadamente, sem esperar nada em troca. Esta prática leva a que o yogi se torne uma pessoa de bom coração e equilibrada.

- Jnana Yoga

Embora pareça o mais fácil, por consistir apenas no estudo, diz-se que este é o mais difícil ramo do yoga. O praticante do Jnana Yoga investiga a verdade através das escrituras e demais textos da tradição do Yoga. Aprende sobre o discernimento (em parte através do Raja Yoga) e aplica os seus conhecimentos na vida real (através do Karma Yoga). Ouve e reflecte atentamente sobe todo o tipo de ensinamento para alcançar a sabedoria.

- Bhakti Yoga

Não sendo necessário tornar-se um monge para praticar o Bhakti Yoga, o recolhimento interno de comunhão com a divindade é o que caracteriza este ramo do Yoga. Este yogi vê o divino em toda a criação, cultivando assim a aceitação e a tolerância para com todos, nomeadamente tornando-se vegetariano. Pratica indirectamente o Karma Yoga mostrando essa natureza devocional nas suas acções e pensamentos e em última instância liberta-se do samsara por meio de uma devoção sincera.

- Hatha Yoga

O mais conhecido dos vários ramos do yoga, o Hatha Yoga consiste numa prática física, mas tem como objectivo a transcendência do ser, tal como os outros ramos. Muitos no Ocidente praticam-no de forma errada visando apenas o benefício físico. Se mal não fará, podemos contudo dizer que o praticante de Hatha Yoga que não aplique a teoria do mesmo não é um yogi.
Baseado no fortalecimento físico, o Hatha Yoga ensina uma série de asanas a praticar respeitando os limites do próprio corpo e afim de atingir o relaxamento. Esse relaxamento prepara o yogi para o Rajá Yoga, comummente praticado após ou mesmo durante o Hatha Yoga. Em última instância o Hatha Yoga procura o equilíbrio do corpo e da mente, purificando ambos com vista à iluminação do ser.
 

- Tantra Yoga

Comummente associado a práticas sexuais (em particular pela conduta errada dos media) o Tantra Yoga mais não é que um caminho ritual de controle e domínio da energia vital do ser humano, o yoga dos chacras. Utiliza-se, sim, da sexualidade (ente o casal), por ser uma forma de despertar da kundalini, mas a verdade é que o Tantra até dá preferência a uma vida celibatária. No fundo o que o Tantra ensina é a ver a magia em todas as coisas, transformando o mais simples processo (cozinhar, por exemplo) numa cerimónia, experimentando o divino em tudo o que fazemos.


Agora que já conhece os vários ramos do yoga, qual lhe parece o mais indicado para si?



Chakras

Você sabe o que são?


Chakra é uma palavra de origem sânscrita. Significa roda ou disco, pelo que podemos então designar o chakra como um centro de luz ou de força. Os chakras são  os pontos vitais onde se concentra a nossa energia. Interligados entre si através dos ”Nadis”, uma espécie de sistema nervoso subtil por meio do qual circula o “prana”, ou energia vital, os chakras são ao mesmo tempo receptores, transmissores e transformadores de energia.  Outra energia que circula pelos Chakras é a “kundalini”, ou energia primordial.

chakrasOs Chakras são de dois tipos, os do perispírito e os do duplo etérico (corpo astral) e actuam directamente sobre os plexos nervosos do corpo físico. Sincronizam energias emocionais, mentais e etéreas, motivo pelo qual é importante ter os chacras equilibrados. 
O seu desequilíbrio pode provocar problemas emocionais e até mesmo ajudar a provocar problemas físicos, pois o nosso corpo físico também depende do “prana”. O físico é afectado pela velocidade e ritmo do fluxo energético, pelo que as obstruções que impeçam a normal circulação das energias podem resultar na perda de vitalidade.

Apesar de habitualmente ouvirmos falar em 7 Chakras, (falarei mais especificamente sobre o tema num próximo post) temos muitos mais. Os 7 mais conhecidos (ao longo da espinha dorsal), são os principais, mas existem também chacras secundários nas palmas das mãos, pés, omoplatas, enfim, por todo o nosso corpo. Eles existem e actuam em todos os seres humanos, conscientes ou não do facto e manifestam-se conforme a evolução dos mesmos, tanto física como espiritual. 
Numa pessoa saudável os chacras estão em equilíbrio fluindo num padrão rítmico. O ritmo do seu movimento varia conforme a constituição e o temperamento de cada um. Se a pessoa é espiritualmente evoluída, os seus chacras emanam imensa luz, pois maior é a quantidade de energia que por eles passa. Nas pessoas pouco evoluídas o movimento é lento, o mínimo necessário. Como cada um dos chacras está ligado a determinado órgão ou estado de consciência, os chacras variam no seu tamanho e no seu brilho em função do estado do corpo físico, mas também de talentos e características especiais do ser humano.

chacarsAceite como o mais importante por ser o que irriga energia ao nosso cérebro, o 7º chakra, ou chakra coronário (situado no topo da cabeça) é o que nos liga ao Universo e também o que nos permite a viagem astral, que nos liga ao fio da consciência que desperta. É o mais relevante, portanto, para a nossa evolução espiritual.


Quando os chakras estão equilibrados o ser humano goza de plena saúde quer física quer emocional (e espiritual). Daí que a harmonização dos chakras seja importante, tal como tudo o que nos traga harmonia interior. Práticas de relaxamento, meditação, bem como hábitos saudáveis (alimentação, exercício físico), ajudam ao equilíbrio dos chacras, embora isso também possa ser conseguido com exercícios próprios, como por exemplo, através do reiki

A evolução espiritual é em si mesma uma forma de harmonizar os chacras e os chakras harmonizados ajudam a evoluir espiritualmente.

Autoritarismo e Espiritualidade

A propósito de situações corriqueiras do dia-a-dia, mais precisamente do local do trabalho, debrucei-me sobre este tema. Porque julgo impressionante, em locais onde a entidade empregadora exerce a sua autoridade na base do respeito mútuo, haver terceiros que, não tendo problemas, os arranjam tentando eles próprios exercer, sempre que possível, o autoritarismo.
Portanto, e embora não estando directamente relacionado, deixo aqui um texto do blog Re-ligare  a propósito do autoritarismo e de como se relaciona com a espiritualidade. Um ponto de vista, entre tantos:


ESPIRITUALIDADE PARA O NOSSO MUNDO

No passado a espiritualidade emergia através de instituições, líderes ou cerimónias e rituais sagrados, canais tradicionais que não envolviam pessoas comuns. O decréscimo de influência dessas instâncias faz com que hoje, as forças superiores entrem na sociedade através do individuo, através de um processo de auto capacitação que propõe nova espiritualidade, enquanto expressão de individualidade.
A espiritualidade é vista como uma inteligência superior que ameaça o racionalismo e que se manifesta como resultado de um percurso do eu interior, geralmente em ambiente de sofrimento, dor, morte, descobrindo uma fonte de ajuda permanente. É como que darmo-nos conta de que nos falta algo, de que estamos incompletos, de que podemos beneficiar de um património que nos transcende. Essa experiência revela-se como capacitante inesgotável, como alegria confiante, como fonte permanente de ajuda.
Hoje as experiências espirituais surgem como resultado do fluir abundante de amor indiscritível, dinâmica de profundidade que dá sentido à existência dos acontecimentos inexplicáveis da vida. Como que se uma inteligência superior pairasse em permanência sobre a nossa ansiedade. Nesta nova dimensão espiritual deixa de ter lugar o dogmatismo e o autoritarismo das religiões e igualmente o misticismo da Nova Era, que propaguei-a a vontade pessoal como fazedor de todas as obras, pelo afastamento de todos os pensamentos negativos.
A convicção de que, o eu interior só pode evoluir se ascender às forças superiores, revela o propósito oculto de todo o sistema espiritual: criar hábitos de passar de consumidor ao criador, através da nossa vontade, respondendo como escolha ao que somos desde a origem. A espiritualidade assenta no que se faz e não no que se acha, no que se pensa, no que se segue ou decide: assenta na experiência pessoal aliada ao poder que recupera do Universo. As limitações, os sofrimentos, a dor, tudo o que te acontece, pode forçar-te na orientação de contacto com capacidades que não pensarias possuir. Aprendemos que para ter validade universal, para ser digna de aceite por todos, tem que ter dimensão científica e uma espiritualidade não tem essa dignidade. Mas o ser humano tem quando procura a totalidade e o desenvolvimento criativo proposto por Carl Gustav Jung.
Como diz Pascal: é o coração que sente Deus e não a razão. A chave está em amar activamente, permitindo que as minhas irritações se evaporem, porque me organizo em redor da confiança e tudo o resto é irrelevante. Quando experiencio a força superior na minha vida, como quando me nasce um filho, quando supero uma doença ou quando sinto perdão de alguém; mudo-me para melhor e sei que me supero, sei que a fé é confiança e que as forças superiores estão sempre presentes para me facilitar a existência. Ao ceder o meu lugar, como agente de mudança, às forças que me superam tenho um aliado todo-poderoso, que não quero mais alienar.
A dada altura damo-nos conta que nos encontramos dentro de um sistema espiritual, como um Universo profundamente solícito para cada um de nós. Na actualidade o sistema espiritual não é apenas um conceito estruturado que devo conhecer ou aderir, antes, é uma experiência pelo qual eu encontro significado positivo para toda a minha existência, seja alegre ou sofrida. Sei que a fé me é ensinada pelo maior professor de todas as nossas aprendizagens: a vida.
A nossa percepção actual está enviesada pelo precário modelo científico, onde a ciência não aceita nada que não possa ser provado de maneira lógica. Todos sabemos que as forças superiores existem num nível não sujeito ao modelo científico. Kierkegaard aludiu a este princípio, quando referiu que a vida tem as suas forças ocultas que só podem ser descobertas se vivenciadas; e a vivência é sempre uma experiência pessoal e única. É ainda a diferença entre saber alguma coisa mentalmente e vivê-la com todas as energias do seu ser.
A nova espiritualidade organiza-se em redor de experiências vivenciadas por cada um. Na nova espiritualidade, cada individuo tem de experienciar as forças superiores e tirar as suas próprias conclusões sobre a sua natureza. As figuras de autoridade externa deixam de poder definir percursos para a realidade espiritual de cada um, baseando-se na singularidade de cada ser humano, permite experimentar a natureza das forças superiores à nossa maneira.
Na realidade actual a maioria das pessoas não se encaixa propriamente numa religião contradizendo mesmo os ensinamentos da própria fé. Católicos que praticam meditação oriental; ou que participam noutros grupos religiosos; protestantes que rezam à virgem Maria; e ainda judeus budistas. Esta postura de libertinagem religiosa não está a ser posta em causa pelas religiões. Não creio que as pessoas que assumem este comportamento o façam por ignorância, mas, porque escolhem o que funciona para eles, com base nos seus instintos espirituais. Mais que uma religião hoje, busca-se uma espiritualidade e as religiões tradicionais parecem ter perdido a espiritualidade.
O facto dos problemas pessoais serem a força motriz da evolução espiritual de muitos: grande adversidade, execução hipotecária, despedimento, morte de um familiar, os indivíduos superam esse momento difícil mudando a lógica que tinham da vida. Viviam organizados em redor da mentalidade consumista: a sua vida tem sentido quando as suas necessidades estão satisfeitas; e mudam para uma mentalidade criativa: os problemas, as adversidades são um trampolim para algo de melhor que pode surgir, algo que o transcende, algo a que se abrem: uma dimensão espiritual.
Enfrentar seus próprios problemas é demasiado doloroso, por isso muitos se organizam em redor dos problemas alheios que os, média nos comunicam. Com esta atitude denunciamos, que em cada um de nós há o desejo de superar as dificuldades, tal como proclamava Freud ao introduzir a psicanálise, com terapia. Todos temos consciência da importância dos problemas na evolução pessoal e sabemos que temos mais capacidades do que as que estamos a demonstrar. Temos capacidades que estão ocultas e dispomo-nos o fazer o necessário para as desenvolver. Queremos responder aos nossos problemas como criadores e fazemos da psicoterapia do Freud ateu, um processo de crescimento espiritual.
Muitos dos nossos contemporâneos, perderam a fé no futuro; na comunidade humana, da possibilidade de fraternidade. Cada um por si, não estamos muito dispostos a assumir responsabilidades sociais, não queremos estar ligados aos outros, que sentimos como rivais. Quando o historiador Lewis Mumford fala sobre o declínio do Império Romano, deixa claro que, todos buscam segurança, mas nenhum aceita responsabilidade. A invasão bárbara traz novas perspectivas de vida, porque a vida é sempre busca de mudança e o risco é para muitos a estabilidade preferida.
O impulso interno de cada um ganha expressão no espirito da sociedade, qual força motriz que dá sentido e permite que prossiga com coragem. A grandeza da humanidade exige que passemos a dar o melhor de nós e isso só acontece em contextos exigentes. É ai, que se manifestam as forças que nos ultrapassam, forças superiores, essenciais para o bom funcionamento da sociedade. Cada um de nós convive com uma força interior de derrota, de abatimento e de incapacidade. Nos momentos de grande pressão é posto à prova num ressalto de humanidade, na força de avanço, onde só o amor tem sentido. Durante todos os ciclos da vida fazemos experiências enriquecedores na busca de soluções positivas de ajustamento, como nos propunha Erik Erikson.
Abraçar a dor da mudança, da crise ou da dificuldade; assumir um amor activo e determinado que me faça sair do labirinto que me incapacita; ter um espirito forte que não exclui o outro e o recupera para se recompor; desenvolver posturas de agradecimento, de reconhecimento da dimensão espiritual; e arriscar sempre, diante do desânimo e da desmoralização de tantos que nos cercam, permite, ser criativo e desafiar os outros a uma atitude idêntica. Fica nas suas mãos a espiritualidade para este tempo e nela a espiritualidade do novo mundo que imerge em cada um de nós.

Pina Franco, 2014

Livro de Yoga

Hoje trago breve trechos do "Livro de Yoga", de Swami Maitreyananda. Não porque queira "impingir" a obra a ninguém, nem o próprio Yoga, mas porque nas suas declarações iniciais sobre o que é o Yoga encontro palavras que em tudo se adequam a este espaço, ao que pretendo com ele e àquilo em que acredito.

Já falei anterior e muito brevemente sobre Yoga. Tentarei abordar novamente o assunto. Para já fico-me pelas palavras do já referido livro aproveitando as boas explicações dadas:

                                   

"(...)
O Yoga é uma ciência, uma arte e uma filosofia de vida psicofísica-espiritual que integra estes três planos da existência do ser humano entre si e o indivíduo com o Universo, o Supremo, o Deus ou o Todo, mediante o SAMADHI ou estados plenitude existencial, de felicidade, de sorte.
A primeira técnica ensinada nos Sutras foi o viyoga ou seja a capacidade de separar o espiritual da mente e do corpo. Nós somos o que sentimos, porque nosso espiritual é o que se sente num determinado momento, gerando um estado afectivo.
O Yoga ensina a desenvolver a inteligência espiritual do ser humano, entendendo-a como a capacidade de adaptação afectiva, sentimental e anímica de um indivíduo ao seu meio. Esta capacidade de adaptação espiritual permite ao yogui ultrapassar sentimentos e situações que para outras pessoas seriam insuportáveis.
O yogui, como qualquer praticante de Yoga, aprende a sentir. Começa a entender e a aprender que ele não é só o que pensa ou crê (mente) ou como reage perante os actos (mudanças físicas do corpo das coisas que o rodeia: acções). O yogui começa a entender que o seu espírito é o que ele sente. Começa a saber que é mais importante Ser que Ter. (...) Porque a felicidade nunca se tem, sempre se consegue quando se é feliz. A liberdade é poder ser, porque o ter é sempre passageiro. Para ser ele de verdade tem que aprender a ser e para aprender a ser, deve comunicar-se com o seu interior, com os seus sentimentos, as suas paixões e anseios, com os seus afectos e estados anímicos. O nosso mundo afectivo é o nosso espírito. 
(...) A finalidade do Yoga desde há 5000 anos é o Samadhi, essa experiência de Plenitude existencial que nos integra com Deus, com o Universo ou com o Todo. E essa experiência só se conquista com a educação espiritual; quando dizemos educação espiritual, não nos referimos nem à educação religiosa  nem à religiosidade. Ser espiritual não significa ser religioso e ser religioso certamente também não significa ser espiritual. Referimo-nos ao espírito e à espiritualidade que a arte pode transmitir, poucas coisas são tão espirituais como a arte. A arte é a expressão do espírito. A arte expressa os nossos sentimentos. Se entendermos esta visão então podemos compreender como um asana ou posição física pode chegar a ser espiritual simplesmente pela sua atitude (predisposição para um acto).
(...)
A base da filosofia do Yoga é santosha: o contentamento, estar contente por ter nascido e ter a oportunidade de viver. Ao ver um copo com água até meio dizer "que sorte, está metade cheio" e não pensar negativamente que esta metade vazio. Procurar o que é necessário e não pensar tanto no que é desejável(...).

(...)

Espiritualmente somos o que sentimos, mentalmente somos o que pensamos e fisicamente somos o que fazemos. Mas por vezes "pensamos e fazemos" o que não sentimos e isto produz uma constante insatisfação ou duka, o que nos leva à tristeza, ansiedade ou angústia.
(...)
Os sentimentos, paixões ou emoções não fazem parte do nosso mundo mental, pois a mente é só o processo das cognicoes do ser humano.
A mente tem como unidade a ideia e a imagem, e com essa medida elabora cadeias de ideias e de imagens a que se dá o nome de pensamentos, processa lembranças e crenças, mas só interpreta imundo espiritual, sem o perceber na sua totalidade.
Se a mente não capta o nosso espírito, a vida carece de sentido. O sentido da vida não é físico e muito menos mental, o sentido da vida é absolutamente espiritual."